O período de isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus confinou um terço da humanidade em suas casas em uma tentativa de frear a curva de contágio em todo o mundo.

Em decorrência disso, na impossibilidade de cumprir o tradicional ritual em ambientes aglomerados de pessoas, artistas fazem apresentações e performances em transmissões nas redes sociais, museus criam exposições virtuais, grandes escolas ofertam cursos remotos, editoras e plataformas liberam livros e filmes gratuitos on-line, tudo para aliviar o isolamento.

Uma pesquisa da empresa de tecnologia Behup aponta que 60,3% dos brasileiros se sentem mais ansiosos em isolamento. O estudo, que analisou 1.561 participantes, também, mostrou que 53,8% deles disseram estar mais estressados. Outra pesquisa da Nielsen Media Research demonstra que o consumo de streaming pode aumentar em mais de 60% durante esse período.

Para a Psicóloga Samara Albuquerque, em meio ao isolamento social, é comum o crescimento da ansiedade, do medo, do estresse, afetando diretamente a saúde mental. “A indústria do entretenimento tem um importante papel na defesa desses sentimentos. E as pessoas buscam essas alternativas como espaço de informação, de humanização e de fulga, pois dão a sensação de continuidade, de normalidade “, disse.

Para a especialista, um ponto positivo é que, apesar das dificuldades enfrentadas, o ser humano tem a capacidade de se reinventar e muitos estão se descobrindo como profissionais e como pessoas.

O Diretor de Produção Cultural, Flávio Sérgio, acredita que esse novo modelo de oferta da cultura veio para ficar: “hoje em dia, a gente consegue, por exemplo, fazer uma balada com público do Brasil inteiro. Essa redução da distância entre as pessoas é bastante positiva. Um exemplo disso são as grandes escolas de interpretação, como a Wolf Maya e a Casa das Artes de Laranjeiras, que, antes da pandemia, ofereciam cursos apenas presenciais no eixo Rio/São Paulo, e, após a pandemia, passaram a oferecer cursos on-line, trazendo a possibilidade de artistas do país inteiro fazerem essas aulas e complementarem os seus estudos em grandes escolas”.

Ainda, de acordo com Samara, para enfrentar este momento, também é aconselhável que cada um foque em atividades que dão mais prazer para a rotina. “Estas ações pode incluir as coisas mais simples, como tocar um instrumento musical, apreciar a leitura de um livro, interagir com qualidade com às pessoas que amamos, mesmo à distância, aprender algo novo… O segredo é não ficar parado. Aproveite o momento para exercitar a criatividade”, finalizou.